Retrospectiva 2022
Se tem algo que podemos dizer de 2022 é que foi o ano mais intenso desses quase 7 anos de TRILHA. Talvez um tanto mais intenso e desafiador do que planejávamos.
Começamos o ano com a missão clara de, finalmente, tirar do papel os planos adiados pela pandemia. O principal deles: o nosso novo espaço na Barra Funda.
O primeiro movimento foi trazer logo no começo do ano o nosso escritório para a Barra Funda. Já estávamos há meses espremidos no sobrado da Apinajés e a mudança iria nos dar espaço para aumentar o time e, o mais importante, trazer toda a nossa atenção para a execução do projeto do ano.
Analisando alguns barris na sala de reunião do novo escritório.
A caminhada não foi nada confortável.
Foram meses de reflexão e planejamento para fecharmos com todos os parceiros que iriam tocar o projeto. Depois vieram 4 meses de convivência com a obra. Trocamos alguns pneus com o carro andando.
Hoje, olhando em retrospectiva parece que passou rápido. Mas lá no olho do furacão o sentimento era que não iria acabar nunca.
Março: início do projeto com os arquitetos
Junho: início da obra
olho do furacão.
Força, Guerreiro.
O alívio de ver a marcenaria entrando.
Setembro: início das instalações
Instalações: caixa, bagunça e muitos detalhes para resolver.
Novembro: nasceu a Fermentaria.
12.11.22 - Primeiro almoço da sábado da Fermentaria.
Tivemos que aprender a equilibrar como nunca.
Crescer não é algo simples.
Um dos maiores desafios que temos aqui é combinar as pontas da produção e de vendas para seguirmos no caminho certo. Desde o começo, optamos por controlar o máximo possível o nosso processo produtivo e buscamos aumentar a nossa capacidade produtiva puxados pela demanda.
Na teoria é lindo e faz todo sentido, né?
Executar na prática é um enorme desafio.
Durante os primeiros 6 anos da TRILHA sempre tivemos que terceirizar parte da nossa produção. Optamos por começar pequeno, num sobrado com panelas de 250 litros. No começo era apenas chope. Vieram os envases em garrafa e depois as latas. À medida que trazíamos mais fermentadores e aumentávamos nossa capacidade, esbarrávamos em gargalos de uma fábrica encaixotada num sobrado. De quebra, tínhamos ainda um bar funcionando todos os dias na frente. Encontramos o limite nos 7.000 litros instalados, com uma dose de insanidade e muito stress para operar.
Os sinais estavam por todos os lados.
Era hora de mudar.
As coisas aqui na TRILHA acontecem com um certo ar místico. O Daniel costuma falar que de vez em quando os astros se alinham e coisas impensáveis acontecem com uma naturalidade de que era para acontecer. Estamos sempre atentos a esses sinais. Procurando esses alinhamentos que nos levam a dar passos importantes.
No meio do caos e de toda a pressão de estarmos executando o plano de abertura da Fermentaria, o Beto recebeu de um conhecido a oportunidade de adquirimos os equipamentos de uma fábrica que mal chegou a operar em Atibaia. A fábrica era o nosso número, o tamanho dos equipamentos era perfeito para o passo que precisávamos dar. Com eles, dobraríamos a nossa capacidade produtiva e passaríamos a dar conta , pela primeira vez, de produzir 100% dentro de casa.
cervejaria em Atibaia.
Não estava em nossos planos para o ano, estávamos atolados de trabalho, mas de certa forma os astros de alinharam. Tínhamos que assumir mais esse desafio no ano, independente da dor e esforço que seria exigido.
Precisávamos achar logo um imóvel adequado para montar a nova fábrica.
Nada acontece por acaso. Com as negociações avançadas para a compra dos equipamentos, apareceu um galpão na Barra Funda do lado da Fermentaria. Do tamanho que precisávamos e tudo se encaixou como lego. Em maio, assinamos a locação do novo galpão da rua Anhanguera e em junho, fechamos a compra dos novos equipamentos.
Galpão na Rua Anhanguera.
Equipamentos chegando.
Força, Guerreiro.
Tudo sincronizado com o início da obra da Fermentaria.
Foi o período mais difícil da TRILHA.
Em determinado momento já estávamos anestesiados pelas pancadas do dia a dia. Algo que nunca havíamos sentido nessa intensidade.
Tocar duas obras ao mesmo tempo e manter a TRILHA funcionando normalmente não foi fácil.
Cometemos alguns erros. Talvez, tenhamos até forçado a barra. Mas com as limitações que tínhamos era a única maneira de seguir.
O que nos animava era saber que sairíamos muito mais fortes desse período extremo.
Hoje, no último dia do ano , ainda não nos sentimos totalmente confortáveis para curtir tudo que tiramos do papel. Para onde olhamos encontramos coisas para melhorar. O sangue ainda está quente.
Ano que vem, quem sabe, tenhamos a calma para subir a colina e olhar o horizonte de outra perspectiva.
Esse ano chegaram muitas pessoas na equipe e outros fecharam seus ciclos conosco. O entusiasmo de quem chega e a energia de fazer a diferença nos anima demais. Ver o crescimento e amadurecimento daqueles que partiram nos conforta de que mesmo com toda a loucura da nossa rotina, estamos criando um ambiente cheio de oportunidades.
Obrigado a esse time todo de pessoas incríveis que vestiu a camisa e lutou para construirmos essas mudanças tão importantes.
Até o momento, todos que fizeram parte do nosso time vieram de outras experiências profissionais. Todos passaram a fazer algo pela primeira vez na vida aqui na TRILHA. Algo muito louco para se pensar. Cada um no seu ritmo e na sua ambição assumiu novas rotinas e responsabilidades.
De certa forma, nós, somos os primeiros aprendizes e isso virou um jeito de fazer as coisas.
Aos poucos, profissionais mais experientes e especialistas estão chegando no time. Com eles, chegam novas rotinas e processos. Muito legal ver o ponto de vista dessas pessoas e a admiração pelo que foi construído. É como se de certa forma, o fato de sermos aprendizes há quase 7 anos nos trouxesse uma visão fresca e bem especial de como fazer as coisas.
Lá se vai o ano mais louco da TRILHA.
Dobramos a equipe, dobramos a produção, colocamos muita coisa na rua.
Estamos meio atordoados e cheios de coisas para ajustar aqui e ali.
Talvez um brinde nunca foi tão necessário!
Saúde e que venha um ano cheio de boas realizações.
Feliz 2023.
Dani e Beto.
PS. Escolhemos o pôster da Euforia para ilustrar essa retrospectiva porque ele representa a intensidade desse ano louco.